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São Lourenço do Oeste

Cortesia à Dom José Gomes

Memorial do Bispo percorre as paróquias a fim de lembrar a história e feitos do padre, no ano em que celebraria o centenário

Se vivo estivesse, José Gomes celebraria um século de história no dia 25 de março. Mas porque a história dessa pessoa se destaca em meio às multidões? Junto a igreja católica, ele foi um líder, além de construir um legado de participação e engajamento popular. Ao levar a palavra, conseguiu abrir as portas da igreja a participação dos ditos leigos. O feito era inédito, tornando-se exemplo para todo o Brasil e reconhecido mundialmente. Atualmente, tais realizações são retratadas em memoriais. Um deles, produzidos em alusão ao centenário do religioso, é itinerante e percorre as paróquias do Oeste de Santa Catarina.

Ao longo de outubro, o acervo estará circulando pela 9ª Região Pastoral.

Abertura das visitações foi em São Lourenço do Oeste. No Centro Pastoral, a história do padre ficou exposta do dia primeiro de outubro até sexta-feira passada (8).

Frei Luizinho Marafon, Pároco da paróquia São Lourenço Mártir, conta que o memorial ficou aberto ao público. Visitação estava organizada para o turno matutino e vespertino, respeitando as regras sanitárias.

Única visitação agendada foi para os ministros da eucaristia. Atividade foi realizada no sábado (3). "Nós demos uma explicação a eles. Em seguida, eles vieram fazer a visitação", explica o Frei.

Atualmente, o memorial está exposto na Paróquia São Miguel Arcanjo - Galvão. Pelo cronograma, exposição acontecerá até sexta-feira (15).

Entre sexta-feira e o dia 22, o memorial estará na paróquia São Domingos na cidade de São Domingos.

Entre os dias 22 e 29, o acervo estará em Quilombo. Exposição acontecerá nas dependências da Paróquia Santa Inês.

A exposição do memorial visa lembrar o legado de Dom José. "Dom José tem uma marca, por que? Ele abriu a igreja aos leigos", lembra Frei Luizinho. Ressalta que o trabalho de exposição visa lembrar a comunidade sobre a importância da participação nas atividades.

Dom José

Gaúcho, de Erechim. Nomeado como bispo de Bagé (RS) dia 25/03/1961. Ordenado dia 25/06/1961, em Passo Fundo, por D. Cláudio Kolling. Tomou posse em Bagé dia 16/07/1961.

Foi transferido para Chapecó dia 30/08/1968. Tomou posse dia 27/10/1968 (festa de Cristo Rei). Com ele a Diocese começou um intenso período de renovação conciliar, em consequência da abertura realizada pela Conferência de Medellín (26/08 a 14/09/1968), que permitiu um número de experiências libertadoras em toda a América Latina. Com coragem e profecia, D. José fez a Diocese caminhar pelas trilhas da libertação, com sobressaltos, muitos conflitos e também muitas alegrias. Com ele a Diocese experimentou a primavera da renovação conciliar, a força das comunidades de Base e da organização das lideranças.

Por sua luta D. José ultrapassou os limites da Diocese e se tornou também conhecido e admirado em nível nacional. Foi presidente nacional do CIMI (Conselho Indigenista Missionário) de 1979 a 1983; e depois da CPT (Comissão Pastoral da Terra), de 1983 a 1987.

Principais marcas:

? A renovação da catequese como evangelização para todos, em todas as faixas de idade.

? A participação da Igreja Diocesana nas lutas pela terra, tanto dos indígenas quanto dos pequenos agricultores, ligando a fé com a prática da justiça. Essa participação de D. José aparece na organização dos pequenos agricultores do Oeste em várias frentes, como na renovação do sindicalismo, no surgimento do MST, do MMA, hoje MMC e na organização dos atingidos pelas barragens (CRAB), hoje MAB. Foi dessa opção que nasceram as Pastorais Sociais na Diocese (com destaque para a Pastoral da Terra e a CPT).

? O desenvolvimento da prática dos Grupos de Reflexão, instrumento de educação popular, que tanto ajudou o povo do Oeste Catarinense, que despertou tantas lideranças e tantas mudanças provocou em nível religioso, político e social.

? A introdução da Eucaristia nas comunidades, com a preparação dos Ministros Extraordinários da Eucaristia e da Palavra e das Equipes de Liturgia;

? A formação das lideranças (principalmente através do CTPL) para acompanhar, dar mais autonomia às comunidades cristãs e também acompanhar os movimentos sociais e as lutas populares.


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